A presidente do LOLA Brasil, Anne Dias (foto), criticou em entrevista à Kiss Vasconcelos, no Meio-Dia em Brasília, as cotas de gênero na política, que exigem que 30% das chapas sejam preenchidas por mulheres. Segundo Anne, a legislação não ajudou a diversificar os representantes. "Anos depois dessa lei, e de várias outras que surgiram no...
A presidente do LOLA Brasil, Anne Dias (foto), criticou em entrevista à Kiss Vasconcelos, no Meio-Dia em Brasília, as cotas de gênero na política, que exigem que 30% das chapas sejam preenchidas por mulheres. Segundo Anne, a legislação não ajudou a diversificar os representantes.
"Anos depois dessa lei, e de várias outras que surgiram no caminho, a gente tem aproximadamente 15% dos cargos ocupados por mulheres, sendo que tivemos mais de 30% de candidatas e somos mais de 50% do eleitorado brasileiro", disse Anne Dias ao programa. "Essas cotas não ajudaram as mulheres a entrar na política."
Segundo ela, as cotas "incentivaram os partidos a chamarem as mulheres para concorrer para fechar os 30%, para continuar elegendo os mesmos de sempre, para os mesmos nomes se repetirem, que em geral são homens, aqueles que já estão na política há muito tempo, de famílias que sempre estão lá, e que usam as mulheres como um trampolim, só para ganhar novamente sua reeleição".
Ela também diz que muitas vezes as mulheres se sentem desprestigiadas porque sabem que o convite para integrarem uma chapa é feito para fechar os 30%. "O efeito é o reverso, porque as cotas colocam a mulher numa posição de laranja, alguém que está ali só para ajudar outro a entrar no cargo."
Anne Dias também publicou o artigo "Cotas femininas e candidaturas laranjas", na última edição da Crusoé.
Este artigo foi originalmente publicado na Revista Crusoé.
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